José do Carmo Souza, o Zé do Carmo, Considerado uma dos patrimônios vivos da arte pernambucana (Título dado pela fundação da arte Pernambucana, pelo conselho estadual de cultura e pelo governo do estado de Pernambuco), nasceu em Goiana, No dia 19 de dezembro de 1933. Ele é um artista que sente o mundo, mas o vê e expressa diferente, Começou a trabalhar com o barro aos 7 anos de idade fazendo figurinhas de barro pintadas com tinta d’água, as quais levava para vender na feira de Goiana junto com as que produziam seus pais, Joana Izabel de Assunção e Manuel de Souza, que também eram artesãos. Com os pais, o artista aprendeu e desenvolveu o seu ofício, Zé morou por determinado tempo aos fundos da igreja da Misericórdia ou igreja do Carmo, e por estar tão perto à paróquia acabou tendo seus primeiros contatos e influência com o imaginário artístico da religião católica, ligação essa que até hoje Zé do Carmo traz consigo. Mas se valeu também da observação e do autodidatismo para aperfeiçoar sua técnica e dar vazão às suas invenções. Zé do Carmo passou a ser conhecido no circuito artístico a partir de 1947.
Ele tem uma maneira única de se expressar, Suas peças são apreciadas em vários estados brasileiros e também em outros países, sobretudo a fase de sua obra que chamou de “transfiguração humana” em que os anjos que aprendeu a fazer com sua mãe se transformaram em cangaceiros; além das asas, passaram a carregar também espingarda, bornal e chapéu de couro, Ao visitar o Brasil o Papa João Paulo II recebeu de presente duas obras de barro de Zé, um conjunto de músicos Nordestinos e um anjo cangaceiro (uma das obras mais importantes do artista e foi rejeitada pelo Bispo Dom Helder), e hoje recebe várias visitas de admiradores e estudantes da história Pernambucana no seu ateliê.